Sinopse: Christine McPherson está no último ano do colégio e o que mais deseja é ir fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, ideia rejeitada por sua mãe. Lady Bird, como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva o plano de ir embora adiante mesmo assim. Enquanto a hora não chega, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a progenitora.
Indicado a 5 Oscars, Lady Bird – A Hora de Voar tem uma historia simples e familiar, mas isso não o impede de ser um dos melhores de 2017.
Ao assistir o trailer de Lady Bird – A Hora de Voar, você meio que presume como o filme deve ser. Muitos presumem que é um romance bonito e simples, no qual a protagonista acaba ficando com o amor da sua mãe, tudo dá certo no final e bla bla bla. Lady Bird trata-se de uma relação mãe e filha, ilustrando também uma autobiografia da diretora Greta Gerwig.
O que me faz AMAR o filme, não é apenas o fato de as interpretações e a direção serem primordiais, mas também o realismo por trás das câmeras. Ao assistir, eu não via um colégio ficcional, mas um colégio de verdade. Eu não via um set de filmagem, mas uma cidade de verdade. E eu não vi atores interpretando personagens, mas pessoas reais, já que na tela não era a Saoirse Ronan, mas era a Lady Bird. Não era a Laurie Metcalf, era a mãe dela, Marion McPherson, e isso, meus amigos, é um trabalho primordial e, por incrível que pareça, raro.
A personagem Lady Bird aprende muito no decorrer no filme. No inicio do filme, você vê que ela tem x objetivos e y crenças, mas no decorrer do filme, ao observamos o quanto ela cresce e muda, as crenças e objetivos mudam. E você, ao enxergar isso, não consegue não se identificar, é impossível não se identificar com a Lady Bird nem que seja em, no mínimo, uma cena.
Vamos falar da direção e do roteiro de Greta Gerwig, que foi indicada ao Oscar por essas duas categorias, sendo este o primeiro filme da atriz assumindo a direção. Muita gente anda reclamando de que ela não merece a indicação e de que não há nada de extraordinário em seu trabalho. Bom, se para você, um roteiro extraordinário é um roteiro confuso, e uma direção extraordinária é uma direção cheia de planos sequência, então nesse caso não, não é extraordinário, mas é muito mais que isso.
Ela criou aqui uma experiência tão realista e tão sincera que eu não posso chamar esse filme de feio, independente se eu não tivesse gostado do filme, e se os diálogos que ela escreveu são bons? Pra responder isso eu vou falar de uma cena do filme, sem contar SPOILERS. Há uma cena onde a Lady Bird e a sua mãe discutem no carro, e os diálogos que saem da boca das personagens e a maneira como eles são ilustrados, não tem como a gente olhar pra aquela cena e não lembrar de uma discussão que já tivemos com nossos pais, é muito bem feita.
Vamos falar dos personagens.
A Saoirse Ronan (Lady Bird) tinha o risco de se tornar irritante ou chata, ela reclama muito, grita demais, faz decisões ruins e pode ser considerada uma má influência, mas não há como não se identificar com a personagem, olhando para as decisões e atos dela, você se lembra de coisas que você próprio já tenha feito indicação ao Oscar merecida e não me surpreenderia se ela ganhasse.
A Laurie Metcalf (Marion McPherson) faz uma das mães mas verdadeiras que eu já vi no cinema, ela representa uma pessoa cuja a própria Lady Bird diz muito no filme, uma pessoa cujo o único problema é amar demais. Indicação ao Oscar merecida e não me surpreenderia se ela ganhasse.
O Tracy Letts (Larry McPherson) faz o melhor exemplo de um bom pai que só quer deixar todo mundo feliz. Ele não tem o mesmo destaque que a Saoirse ou Laurie mas está muito bem.
O Lucas Hedges (Danny) tem um arco que não é tão desenvolvido no filme, mas que não precisa, porem eu gostei muito dele, me lembrou um bobo apaixonado.
A Odeya Rush (Jenna) faz um personagem bem comum porem não necessariamente ruim, ela está bem no filme, nada mais além disso.
A Beanie Feldstein (Julie) faz um alivio cômico bem dosado e o melhor exemplo de uma melhor amiga de confiança, eu gostei muito dela no filme.
E o Timothée Chalamet (Kyle) faz um personagem feito para ser chato, ela está ótimo no filme mas o personagem dele é insuportável, mas foi escrito para ser desse jeito.
Eu poderia reclamar do fato do filme ser muito familiar, de ter muitos personagens sem muito desenvolvimento e alguns momentos acelerados, mas pra ser bem sincero, nada disso atrapalha o filme.
Lady Bird é um retrato simples e realista da vida de uma pessoa, que não tem pressa nenhuma de contar a sua historia e que consegue um feito raro, criar uma personagem que todos possam se identificar.
Antes de eu dar minha nota eu tenho mais duas coisas a dizer:
- Assista esse filme com sua mãe, vocês vão ter muito o que conversar depois.
- Eu amei o final, simplesmente perfeito e na hora certa.
É por tudo isso meus amigos, que minha nota para Lady Bird é 5 estrelas.
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Resenha de Setima Arte
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